Eles estão há 18 anos na estrada, mas foi só em 2006 que se tornaram sensação. Mineiros da pequena Abre Campo, os irmãos Vitor e Leonardo Chaves, desde criança, gostavam de música. Criados com o ouvido na radiola do avô, ouviram o cancioneiro caipira tanto quanto podiam: Sérgio Reis, Renato Teixeira, Almir Sater. Na adolescência, o country de Neil Young e James Taylor misturaram-se à guitarra de Eric Clapton e Dire Straits. Tudo isso processado nas mentes criativas da dupla, era hora de começar a tocar. Em 1994, mudaram-se para Belo Horizonte.Cantaram na noite, estudaram música e, em 2001, foram para São Paulo. De bar em bar, tocando, começaram a criar um burburinho em torno de si. O boca a boca fez o sucesso de Victor & Leo (Vitor acrescentou o “c” depois da fama) que, hoje, já têm sete discos – um deles em espanhol, lançado na América Latina –, dois DVDs e um blu-ray lançados. Os rapazes de Abre Campo atingiram, em abril último, um milhão e 700 mil cópias de CDs e DVDs vendidos e 90 milhões de visualizações no YouTube.
Hoje à noite, eles retornam a Fortaleza para mais um show inesquecível. A turnê é a do trabalho mais recente, Ao Vivo e em Cores, e conta com vários hits da carreira da dupla: Estrela Cadente, Borboletas, Tem Que Ser Você, Deus e Eu no Sertão e Fotos, só para citar algumas. Victor e Leo falaram com o Buchicho por e-mail. Em entrevista exclusiva, eles falam da carreira, de São João e da paixão pela vida no interior.
O POVO - Na adolescência, vocês ouviram James Taylor, Neil Young, Dire Straits. Vocês chegaram a ser roqueiros, fazer música em outros estilos?
Victor – Nossa pretensão nunca foi fazer música rotulada. Tanto é que fazemos música e falamos do sertão do nosso jeito, produzindo, compondo e arranjando. A música sertaneja de raiz foi nossa maior referência, mas a mescla disso com diversas outras resultou num som nosso e do nosso jeito.
OP – Como é a relação de vocês, que são irmãos, com o trabalho?
Leo Desde criança gostamos de música e já brincávamos de fazer arranjos juntos, mas profissionalmente começamos juntos. Sempre tivemos nossas diferenças, como qualquer ser humano, e também momentos de desentendimento, até hoje. É natural. Com o tempo e o amadurecimento, fomos aprendendo a lidar com isso e nos respeitamos mais.
OP – Vocês moravam em São Paulo e se mudaram para Uberlândia. Por quê?
Leo - Fizemos um show em Uberlândia, e, a partir dele, as coisas começaram a evoluir na região. Fomos muito bem recebidos e nos apaixonamos pela cidade e pelas pessoas. É realmente uma cidade incrível! Gostamos e admiramos outras cidades do Brasil, mas hoje não nos mudaríamos de lá.
OP – Leo, você cria gado, cavalo e adora montar. Você, inclusive, é medalhista de um esporte bem incomum, a apartação. O que mais gosta do clima da fazenda?
Leo - Adoro atividades ligadas ao campo. Fui criado em contato com gado, cavalos, pescaria e animais em geral. Tenho a oportunidade de conviver mais perto hoje em dia, nas horas de folga. Me apaixonei por esse esporte chamado apartação. É incrível! Tem emoção e adrenalina de sobra. Não tenho muito tempo para praticar, mas, sempre que posso, estou montando. O cavalo aprende a cercar um boi sozinho, sem a ajuda do cavaleiro, depois de muito treino. É um dos meus programas prediletos!
OP - Victor e Leo frequentemente têm suas músicas em temas de novela. Inclusive, participaram de um capítulo de Paraíso. Já pensaram em se arriscar na TV?
Victor - A gente se sentiu à vontade diante das câmeras, até porque estávamos fazendo o que fazemos sempre, que é cantar. Nossa carreira é musical, mas se um dia surgir uma oportunidade de interpretar contracenando, pode ser que tentemos. Aprender é sempre bom.
OP- No início de 2008, vocês gravaram um disco em espanhol. Como está a carreira internacional?
Leo - Fomos convidados pela Sony para gravar em espanhol. Alguns diretores da Sony Internacional assistiram nosso DVD e gostaram. Tivemos de estudar intensivamente e entramos em estúdio pra gravar. Fizemos promoções e nossa música foi muito bem, chegando a ser a mais executada em vários países da América Latina. Com a evolução do trabalho lá fora, a agenda no Brasil estava ficando complicada e precisamos dar uma parada.
OP – O show de vocês aqui é no Arraiá do Marina. Como é a relação de vocês com o São João? Já dançaram muita quadrilha?
Victor – Sim! Sempre dava aquela ansiedade: na medida em que junho se aproximava, a gente já ia pensando em quem seria nosso par na quadrilha da escola. É um clima festivo que favorece a tradição e a alegria.
OP - Vir para o Nordeste é sempre uma experiência diferente?
Victor - É claro que sim! O povo, a cultura, a cor e a energia do Nordeste são sem igual. Dizemos em casa que todos deveriam conhecer. Simplesmente amamos estar aqui!
SERVIÇO
Arraiá do Marina – Com Victor & Leo, Forró Sacode e Trio Forrozeiro. Hoje, a partir das 21h30min. Ingressos (1º lote): R$ 25 + 5 embalagens de esponja de aço (pista), R$ 50 (pista), R$ 80 (frontstage), R$ 200 (segunda e terceira quadras), R$ 250 (primeira quadra). Outras informações: 3230 191
Fonte:opovo.uol.com.br
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