quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Victor e Leo: 'Nós não tínhamos necessidade nenhuma de reconhecimento nacional'
Dupla diz que já tinha público antes de música em novela e recusa o rótulo de sertanejo universitário

Eles estão na 'crista da onda'. Perdoem a expressão cafona, mas é que nada parece tão apropriado de ser dito nesse momento em que o sertanejo dá uma guinada e vive uma grande 'onda', semelhante àquelas que a indústria fonográfica já não via há quase uma década. Depois da lambada, do próprio sertanejo, do pagode, do funk e do axé, nos anos 90, a sensação que se tinha era a de que nenhum gênero tomaria de assalto outra vez as paradas de sucesso. Pois bem, era só uma sensação: o sertanejo voltou.

E se o sertanejo é a grande onda da vez, Victor e Leo são os maiores representantes da 'nova geração'. Líderes de venda e de execução em radio, os irmãos nascidos em Abre Campo, Minas Gerais, chegam a fazer, durante as festividades de São João, shows para mais de 20 mil pessoas, de segunda a segunda. É inegável: se existe a onda, existe a 'crista', e é lá que eles estão.

Vivendo o momento mais positivo da carreira – "Acabamos de completar a 27ª capital", diz Victor -, a dupla fala, em entrevista exclusiva para o site do Multishow, sobre trajetória, sucesso, pirataria e explicam por que renegam o rótulo de "sertanejo universitário". Confira:


Multishow - Em meio a uma enorme crise da indústria fonográfica, o sertanejo deu um salto e vocês estão entre os maiores vendedores de CDs do Brasil. A que vocês atribuem esse sucesso?

Victor - Na verdade, a gente não fez nada para chegar nesse sucesso. O que a gente fez, de alguma maneira, ocasionou isso. Toda ação tem uma reação, é por aí. O que a gente faz, até hoje, é sempre aprender mais e colocar em pratica esse aprendizado para melhorar a nossa arte.

Multishow - Os arranjos das músicas de vocês são muito característicos. Quais são suas influências?

Leo - Nós temos muitas referências diferentes, que começaram com Sérgio Reis e Renato Teixeira e depois com as duplas dos anos 90, mas também sempre escutamos Neil Young, James Taylor, Eric Clapton... Essas referências extras, misturadas ao regional, foram muito importantes para o nosso som.

Victor - Eu sou autodidata, não estudei violão. Na verdade, tudo o que a gente faz vem da gente, os arranjos, a produção, tudo, por isso tem essa identidade tão forte.

Multishow - Por soarem tão diferentes do sertanejo tradicional, vocês sentiram algum tipo de preconceito com relação ao som de vocês?

Leo - A gente não sofreu preconceito, a gente viveu o preconceito. A gente não sofre porque entendemos muito bem como isso funciona. Brasileiro, no geral, sofre preconceito, né? E esse preconceito também foi, aos poucos, sendo quebrado... Por exemplo, a entrada da nossa música aqui no Rio de Janeiro, um estado que não tem tanta tradição sertaneja, é a prova de que o preconceito está sendo quebrado e de que a nossa musica é diferente. Tocamos no sul do Brasil, no Planeta Atlântida, no Festival de Salvador... Acabamos de fechar o 27º estado brasileiro, o que mostra uma aceitação interessante do nosso trabalho.



Multishow - Esse preconceito foi sendo quebrado com a entrada de uma música de vocês na trilha de uma novela?

Victor - Não, o preconceito foi quebrado muito antes disso.

Leo - Mas isso também foi importante...

Victor - Foi, mas o reconhecimento veio bem antes. Tudo é importante, na verdade, mas em 2005, quando estávamos em São Paulo, já vivíamos muito bem de música. Nós não tínhamos necessidade nenhuma de reconhecimento nacional. Já estava tudo muito bom nessa época, o preconceito com o nosso som já vinha sendo quebrado. As vezes fica parecendo que você está louco pra ser famoso, mas esse nunca foi o nosso objetivo, a nossa meta... Passou longe!


Leo - A gente não ficava pensando com loucura no sucesso, como as pessoas costumam pensar, com essa coisa de fama e dinheiro. Quando a gente gravou o primeiro álbum ao vivo [hoje fora do mercado por quaestões mercadológicas], estourou. Quando a gente gravou o "Ao vivo em Uberlândia", a gente ja estava há um ano fazendo shows lotados, em quase todas as praças, com o público cantando todas as musicas... Só não tínhamos ido para a TV.

Victor - Para você ter uma ideia, a gente fazia shows entrando no palco pela plateia sem o menor problema porque o público não reconhecia a gente. Alguns tinham uma vaga ideia por causa da internet e tal, mas nossa cara não estava em lugar nenhum.

Multishow - E como vocês chegaram a todos esses lugares, então?

Victor - A gente cuidava do site e começaram a chegar e-mails pedindo shows e CDs nas cidades do interior do país. As pessoas começaram a exigir CD original porque só tinha pirata. Como assim só tem CD pirata, o CD tá onde, cara? Só a gente vendia os discos nos shows. Chegavam e-mails do interior do Mato Grosso, Minas, Goiás, Triângulo Mineiro... Esse eixo começou a conhecer a nossa música sem saber quem a gente era, e a gente não sabia disso. Ficamos sabendo através dos e-mails. Foi o rádio.




Multishow - Vocês falaram que as pessoas já tinham o disco pirata, muitas pessoas conheceram o trabalho de vocês com os CDs piratas. Como vocês lidam com a questão da pirataria?

Leo - A pirataria não é um mal a ser combatido agora. Precisamos primeiro educar as pessoas. Elas precisam entender que, ao comprar um CD pirata, ela está incentivando uma indústria falsa, não está incentivando o país. As vezes as pessoas reclamam que precisam de um país melhor e compram CD pirata. Isso é só um exemplo, claro, existem muitos outros, mas é bem por aí.

Victor - Na verdade, o rádio veio antes da pirataria. As pessoas começaram a conhecer o trabalho e a pedir música no radio, que começou a tocar. É uma coisa maluca, muita gente luta para poder ter sua música no radio e a gente, por dia, encaminhava nossas faixas para umas 50 rádios do interior. Aí as pessoas ouviam e procuravam na loja, mas não achavam. O 'pirateiro' sacou isso aí, lógico. O pessoal chegava nele e pedia Victor & Leo, mas ninguém vai até o 'pirateiro' sem conhecer a música. Tivemos um monte de capas inventadas, era uma loucura. As vezes, para um disco, existiam mais de cem capas diferentes. O cara pegava uma foto nossa na internet, imprimia e escrevia "Victor & Leo Ao Vivo". As vezes misturavam nossas músicas com as de outros artistas, era uma mistura danada!

Multishow - Falando em mistura, vocês renegam o rótulo de sertanejo universitário, que está bombando por aí. Por quê?

Victor - As duplas que surgiram com esse rótulo fizeram o que se chama de "circuito universitário", que nós não fizemos. Além disso, a gente já faz nossa música há muitos anos. Há muitos anos que nós estamos burilando nosso estilo pra chegar num determinado momento e as pessoas simplesmente carimbarem um nome nele.

Leo - O próprio nome já diz, é sertanejo universitário, então é universitário. O que a gente faz é uma musica universal. A gente tem fã-clube da terceira idade, tem fãs adolescentes. Lógico que também temos fãs nesse público universitário, mas é dificil pra gente rotular uma coisa que é universal.

Multishow - Vocês citaram o Planeta Atlântida, vocês foram os primeiros sertanejos a se apresentar no festival, que tem tradição de pop-rock. Vocês se consideram pioneiros? Acham que abriram caminho para outras duplas?

Victor - Nós não nos consideramos pioneiros, não. A gente está só fazendo um trabalho. As pessoas podem achar, mas nós não vamos discordar ou concordar, a gente não pensa nisso.

Leo - É aquilo que a gente falou, a gente está preocupado em fazer o nosso trabalho, subir no palco, fazer as pessoas se emocionarem. esse outro lado, de se colocar em alguma situação, alguma posição, sei lá, não é uma preocupação da gente. A gente deixa para que as pessoas falem e caracterizem como quiserem.

Fonte:TVZ Multishow


2 comentários:

  1. Nuss saum muiito lindos mesmo neh?
    Amo demais e cada dia estou mais apaixonada por eles(e principalmente pelo Victor)
    qui homem é esse Jesus?...
    Eu com um "Homem"" desses já tava feita.
    Não iria querer saber de mais nada, essa carinha dele, nossa! quando pega uma mulher deve fazer loucuras...
    Ai, meu sonho de consumo.
    Te Amo meu Poeta!!!

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  2. Graci valeu por fazer um blog deles!!
    Axo q todas nós fãs estamos agradecidas...
    AH! adiciona o meu blog ai!!
    Amo muito eles assim como vc!!
    beijos Graci!!!

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